quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Aula 6 - Revoluções de 1848

Revolução de 1848 na França

Em 1848, preparava-se uma revolta popular que colhia alguma simpatia por parte da burguesia. A burguesia industrial nomeadamente conseguiu a direito de sufrágio e a redução do censo eleitoral, os operários reclamavam a instauração de uma República e exigiam uma reforma. Com isso a revolta tinha uma petição com 5 milhões de assinaturas.

Os revoltosos combinaram diversas reuniões,entre as quais se destacou o banquete público da oposição de 22 de Fevereiro de 1848, que o governo tentou impedir que se realizasse. A burguesia afastou-se dos operários; contudo, estes, juntamente com artesãos e estudantes, concentraram-se no local combinado. O apelo à rebelião foi lançado por adeptos do sufrágio universal, partidários de reformas sociais e uma minoria socialista, sob a liderança de Louis Blanc, que tinham conseguido escapar às autoridades. Centenas de milhares de insatisfeitos com o desemprego, mas sem um programa político claro, descobriram que queriam derrubar o governo do rei Luís Filipe, de seus ministros e de todo o sistema econômico que os enriquecia as custas dos trabalhadores. No dia seguinte, o centro de Paris estava cheio de barricadas que assustaram os burgueses moderados da oposição. O rei demitiu Guizot na esperança de aplacar a revolta, mas a multidão voltou a protestar e, na madrugada do dia 24, foi atacada a tiros pela Guarda Nacional. Na fuzilaria morreram cerca de 500 pessoas. Os cadáveres foram colocados em carros iluminados por tochas e desfilaram pelo centro de Paris, alimentando a insurreição, dando início a uma luta aberta que se estendeu por
toda a cidade. Soldados da Guarda Nacional, enviados para reprimir os manifestantes, uniram-se a eles.

O governo ensaiou oferecer reformas de esquerda para controlar a rebelião que aumentava de proporções, mas já era tarde. Na manhã do dia 24 de Fevereiro, quando inspecionava as tropas, o rei foi vaiado por elas. Os insurrectos controlavam os arsenais. À tarde, já corriam proclamações republicanas. Incapaz de reagir, a Luís Filipe só restava abdicar o trono. O parlamento dissolveu-se. A Monarquia de Julho tinha sido destronada e nascia a Segunda República (1848-1852). Os grandes burgueses moderados da oposição estavam exasperados, pois o que mais temiam estava nas ruas: a revolução social dos pobres. As ruas de Paris eram tomadas por um contingente de 40 a 50 mil manifestantes, sendo que muitos foram mortos e 15 mil, presos. Rapidamente formou-se um governo de coalizão entre a burguesia moderada, a pequena burguesia republicana e os socialistas. Os primeiros estavam preocupados com a ordem e a estabilidade; os republicanos, com a república e o sufrágio universal; e os socialistas, com a melhoria das condições operárias. Eles foram aceitos no governo devido a sua presença nas barricadas.


Repercussões da Revolução de 1848


A revolução repercutiu também em outras regiões, na Itália, na Alemanha e na Áustria, onde o campeão do conservadorismo, Metternich, foi disposto. Este ciclo de revoluções de 1848 em vários pontos da Europa foi chamado de Primavera dos povos.


Características das Revoluções de 1848


  • Liberais: lutam por governo representativo.
  • Nacionais: lutam pela independência nacional ou unificação nacional.
  • Sociais: há presença de Ideário socialista, que considerava, entre outros aspectos, que o Estado deveria garantir “direito ao trabalho”.
  • Republicanas: como na França, onde foi derrubada a Monarquia


Interpretações sobre as Revoluções de 1848


Há pelo menos duas posições importantes na análise das Revoluções de 1848. Uma considera tais revoluções, sobretudo aquelas em que o seu caráter social foi mais destacado, como fruto do desenvolvimento da industrialização. Segundo essa perspectiva, as condições de classe trabalhadora naquela época eram terríveis, e por isso levaram à revolução.

Outra vertente considera que as revoluções que tiveram esse caráter social não foram provocadas pela industrialização, mas pela ausência dela. As únicas regiões com maior dinamismo industrial na Europa eram Bélgica e a Inglaterra, e nestas não ocorreu revolução.

Aula 5 - Revoluções de 1830

(foto de Carlos X)
Revolução de 1830 na França
Com a derrota de Napoleão, os Bourbons são restaurados ao trono francês. Com o falecimento de Luís XVIII, seu irmão Carlos X assume o trono. Carlos X por meio de um glope de Estado, suprime a liberdade de imprensa e com Ordenanças (decretos) altera o regime eleitoral do país para não se submeter à Câmara dos Deputados. Levamtam-se barricadas em Paris (27.07.1830), com três dias de batalha, Carlos X perde o apoio militar e é destronado.

Repercussões da Revolução de 1830
A
Revolução repercurtiu em outros lugares e serviu de estímulo para o Absolutismo. Ocorreram movimentos revolucionários liberais na Bélgica, Polônia, Suíça, Itália, Áustria, Alemanha, Porrtugal e Espanha.

Características das Revoluções de 1830
S
ão liberais e nacionais. São liberais porque lutam contra regimes políticos absolutistas e propõem regimes constitucionais em que sejam garantidos os direitos fndamentais dos cidadãos.
São nacionais porque lutam pela independência nicional.
Quanto a questões do governo, propõem a divisão dos poderes e o governorepresentativopor eleições periódicas.

Aula 4 - Napoleão Bonaparte e Guerras Napoleônicas

Guerras Napoleônicas
O processo revolucionário francês foi responsável pela disseminação de ideais que conquistaram toda a Europa do século XIX. Entretanto, o triunfo alcançado pelo movimento francês foi intensamente combatido pelas monarquias européias que olhavam com temor aquele levante de caráter liberal. Com isso, é de fundamental importância que também concedamos destaque à importância das vitórias militares da França Revolucionária contra os seus inimigos.

Foi justamente a essa altura da revolução, ameaçada pela instabilidade da fase jacobinista, que o general Napoleão Bonaparte teve grande destaque e, pouco tempo depois, simbolizou o avanço das idéias de liberdade, igualdade e fraternidade. Inicialmente, Napoleão ganhou prestígio militar mediante suas bem-sucedidas vitórias ocorridas no Egito e na Península Itálica. De origem humilde, foi logo aclamado a condição de herói nacional.

Buscando uma figura política fiel e, ao mesmo tempo, prestigiada pelos populares, a alta burguesia logo se aliou à figura do ambicioso comandante. Já na reforma política que deu origem ao Consulado (1799), Napoleão Bonaparte tinha grandes funções políticas dentro da França. Passados apenas cinco anos, o líder militar alcançou o posto de imperador com a massiva aprovação da burguesia e os aplausos de uma população eufórica.

A partir desse momento, o chefe político-militar da França deu ênfase ao seu ambicioso projeto: transformar o país em uma grande potência econômica. Para tanto, iniciou um opulento conjunto de guerras que visava enfraquecer as monarquias contrárias a seu governo. A Terceira Coligação – formada por Inglaterra, Rússia e Áustria – tentou derrubar o governo de Napoleão. Inicialmente, os ingleses venceram os exércitos napoleônicos durante a Batalha Naval de Trafalgar.

No entanto, o habilidoso chefe de Estado respondeu os exércitos monarquistas com uma histórica vitória nas batalhas de Austerlitz e Ulm, onde abateu as forças russo-austríacas. O avanço de Napoleão em território germânico resultou na extinção do Sacro Império e a criação da Confederação do Reno, controlada pelo Estado francês. A conquista desse espaço rendeu importantes conquistas econômicas à França. Contudo, a hegemonia da força industrial britânica ainda era um grande obstáculo econômico.

Com isso, no ano de 1806, Napoleão Bonaparte instituiu o Bloqueio Continental, decreto que proibiu todas as nações européias de estabelecerem comércio com a Inglaterra. Os países que comprassem manufaturas ou fornecessem matéria-prima aos britânicos estariam sujeitos à represália militar do poderoso exército francês. Nos dois anos seguintes, cumprindo as determinações do Bloqueio, as tropas francesas empreenderam a invasão da Espanha e de Portugal.

Entre 1806 e 1807, Napoleão derrotou a Quarta Coligação com as vitórias obtidas em Friedland, Iena e Eylau. A aparente indestrutibilidade do exército napoleônico acabou estabelecendo a aliança com os russos, após a assinatura do Tratado de Tilsit. Logo depois de dominar os países ibéricos, Napoleão ainda conseguiu abafar a reação militar austríaca com a vitória conseguida na Batalha de Wagram, ocorrida no dia 6 julho de 1809.

No ano seguinte, o poderio militar, político e econômico da França Napoleônica pareciam ser inabaláveis. Destituindo as tradições monárquicas em cada território conquistado, Napoleão se tornava um divulgador dos princípios liberais que norteavam sua forma de governo. Entretanto, o herói dos franceses tratava com autoritarismo as populações colocadas sob sua tutela. Em pouco tempo, a postura política do Império Francês motivou uma série de rebeliões nacionais pela Europa.

Gradualmente, as forças francesas deram seus primeiros sinais de instabilidade mediante as revoltas populares. Nesse mesmo período, ignorando a aliança firmada com os franceses, o czar russo Alexandre I abriu os portos de seu país para as embarcações inglesas. Inconformado com a traição da Rússia, Napoleão Bonaparte enviou uma tropa de 600 mil homens para consolidar a domínio sob o extenso território russo. No entanto, o rigoroso inverno russo e a tática de “terra arrasada” abalaram os exércitos franceses.

Sofrendo com o frio e com a fome, somente 30 mil soldados conseguiram retornar para a França. Nesse momento, percebendo a fraqueza militar de Napoleão, as monarquias européias formaram a Sexta Coligação, composta por Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria. Em 1813, durante a Batalha de Leipzig – também conhecida como a Batalha das Nações – os exércitos monarquistas conseguiram impor mais uma grande derrota contra os franceses.

Completamente abatido, Napoleão Bonaparte foi obrigado a assinar o Tratado de Fontainbleau. Neste documento, o líder nacional francês abria mão de seu governo em troca de uma pensão de milhões de francos anuais e o exílio na pequena Ilha de Elba. Em seu lugar, o rei Luís XVIII, irmão do guilhotinado Luís XVI, restaurou a monarquia francesa sob a liderança da dinastia Bourbon. Entretanto, um novo golpe foi executado por grupos bonapartistas.

Com o apoio de cerca de 1200 soldados, Napoleão fugiu de seu exílio e retomou o controle do governo francês, em março de 1815. Voltando o poder, no chamado Governo de Cem Dias, Napoleão teve pouco tempo para organizar uma ofensiva militar contra os exércitos da Sétima Coligação. Na Batalha de Waterloo, sob a liderança das forças inglesas do duque Wellington, as forças napoleônicas foram definitivamente destruídas. Dessa vez, Napoleão foi exilado na ilha africana de Santa Helena, onde morreu em 1821.

A derrota definitiva de Napoleão incitou as monarquias européias a empreenderem uma reunião com o objetivo de reorganizar a Europa revirada pelo audacioso general francês. Durante o Congresso de Viena os territórios europeus foram reorganizados de acordo com as posteriores convenções monárquicas. Paralelamente, a França foi obrigada a pagar diversas indenizações pelos conflitos deflagrados ao longo desse período. Por fim, as monarquias criaram a Santa Aliança, um exército internacional de caráter anti-revolucionário